DESTAQUES DO DIA MANDAGUARÍ

OS ÚLTIMOS SAPATEIROS DE MANDAGUARI

As pessoas da minha geração certamente se lembram de profissões muito valorizadas algumas décadas atrás. Todavia, deve existir um sem número de jovens que, talvez sequer deles tenham ouvido falar sobre “os sapateiros”.
A profissão já teve dias melhores, atualmente com o aparecimento de calçados quase descartáveis, a procura por esse profissional é bastante reduzida em relação a outros tempos, quando colocar uma meia-sola num sapato era um serviço muito requisitado. Lembrando que naquela época, tênis era usado só em atividades esportivas, por isso o grande destaque dos profissionais da área.
Os antigos sapateiros consertavam, fabricavam e ainda fazia diversos trabalhos na área de calçados. Ofício em vias de extinção, substituídos por modernas tecnologias.
O sapateiro deixou de ter a função de fabricar o calçado, mantendo-se somente como reparador de sapatos e botas. Ainda precisa realizar consertos em diversos acessórios como bolsas, carteiras, cintos, tênis, bolas para garantir ganhos melhores.
Apesar disso, há quem luta para manter-se no mercado, ou se adaptar às exigências do negócio.
O baiano José Orlando de Oliveira dos Santos (Zé Orlando), 65 anos é atualmente um dos mais conhecidos sapateiros da cidade.
Segundo ele, já somam mais de 50 anos de profissão e é um dos poucos que restam na cidade.
Sempre bem-humorado, afirma: “A profissão está deixando de existir, tudo o que eu sei sobre sapatos, aprendi com o George Lima (in memoriam) da Sapataria Santa Rita”.
Luís Gomes da Sapataria Brasil também soma quase meio século de ofício. Afirma que “é uma profissão que não se ensina mais a ninguém e que hoje se conserta muito pouco do que é produzido, a profissão mudou muito, tem muita coisa que fazíamos e hoje não mais”. Relembrou com carinho nome de grandes profissionais da área, entre eles: George Lima, Vicente Lima, José de Souza Freire, Daniel Trindade, Juvenil Ramalho.
Ainda segundo Luís Gomes, o público feminino é o que mais gasta com reparos ou consertos, estraga mais, principalmente os saltos, o que poderá justificar a sobrevivência de alguns nessa profissão.
Ele ainda finaliza: Tudo o que eu consegui na vida foi trabalhando com sapatos”, diz orgulhoso.
Por: Levi Avelino Martins

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